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COMEMORAÇÃO
15 de dezembro: Dia da Linha Telegráfica

Data da notícia: 2016-12-15 11:49:59
Foto: Divulgação
A Lei nº 1458 de 2 de fevereiro de 2005 proposta pelo ex-deputado estadual Leudo Buriti criou o Dia da Linha Telegráfica

?A 12 mudávamos o acampamento para o local da futura estação Afonso Pena, e, a 15, estava feita a ligação dos fios da seção do sul com os do norte?.
?A 14, porém, inaugurei, em Afonso Pena, a estrada de penetração da linha telegráfica. Dei um banquete aos oficiais e camaradas, outro aos regionais e ainda às mulheres destes. Reinou cordial alegria entre todos?.
Estes trechos são do livro ?Rondon conta sua vida? da escritora Esther de Viveiros de fatos ocorridos em dezembro de 1914 que serviram de sustentação histórica para criação do ?Dia da Linha Telegráfica?, em 15 de dezembro, no estado de Rondônia pela Lei nº 1458 de 2 de fevereiro de 2005 proposta pelo ex-deputado estadual Leudo Buriti e sancionada pelo ex-governador Ivo Cassol.
A intenção do deputado era o de estabelecer uma data, a partir da conclusão, e não da inauguração, da linha telegráfica, para que estudantes pudessem rememorar o patrimônio imaterial para compreensão da formação de Rondônia. No entanto, segundo levantamento do CP, a totalidade das escolas rondonienses desconhece a lei e seus objetivos.
De acordo com historiadores, a data indica o fim dos trabalhos da Comissão Construtora de Linhas Telegráficas do Mato Grosso ao Amazonas, a Comissão Rondon, é a de 1º de janeiro de 1915, por ter havido a inauguração oficial da linha telegráfica.
A respeito do fato, o livro de Esther de Viveiros também faz referência: ?A 1º de janeiro de 1915, inaugurei, na Câmara Municipal de Santo Antônio do Madeira, a linha telegráfica de Cuiabá a essa vila, bem como o ramal de Guajará-Mirim?.
Em função de a cidade de Santo Antônio do Madeira ter deixado de existir, argumentou na época Leudo Buriti, e a estação (Presidente) Afonso Pena ter sido inaugurada no local onde é hoje Ji-Paraná, a obra de Cândido Mariano da Silva Rondon seria lembrada com a instituição da data (15 de dezembro) e construção de um memorial no município, obra que passados doze anos sequer foi projetada.
Em sua primeira fase, a Comissão Rondon foi dividida em três expedições para que pudesse concluir os trabalhos de exploração para implantação da rede telegráfica que ligaria os estados do Mato Grosso ao Amazonas, fato que não ocorreu por Santo Antônio do Madeira ser uma cidade mato-grossense.
A exploração para determinar o traçado da linha começou em 1907 e terminou em 1909, quando foi levantado todo o atual estado de Rondônia, desde a Serra do Norte e até o rio Madeira. Dados históricos confirmam que a travessia durou 237 dias com mais 2 mil quilômetros percorridos a pé ou em lombo de animais.
Para além da construção da linha, a Comissão Rondon ainda tinha como atividades o estudo das riquezas minerais, da constituição do solo, clima, florestas e rios. Tudo deveria caminhar paralelo ao traçado da estrada de penetração, da criação de futuros centros de povoação, instalação das primeiras lavouras e dos primeiros núcleos de criação de gado.

Enquanto seguiam os serviços de construção, Rondon ainda participou da Expedição Roosevelt/Rondon (com o ex-presidente dos Estados Unidos) Theodore Roosevelt realizada de dezembro de 1913 a abril de 1914, para explorar o rio da Dúvida, hoje rio Roosevelt.
Das estações telegráficas instaladas por Cândido Rondon, sugeriam núcleos populacionais que mais tarde se tornaram cidades como Ariquemes, Jaru, Ji-Paraná, Presidente Médici, Pimenta Bueno e Vilhena. Em 1960, essas localidades foram beneficiadas com abertura da BR-29 (atual 364), a primeira rodovia do Território Federal de Rondônia, que seguiu o mesmo trajeto da linha de Rondon, implantada 45 anos antes.
?Há consenso entre pesquisadores e historiadores que a linha telegráfica de Rondon foi realmente concluída na estação Presidente Pena no dia 15 de dezembro. E esse é um direito que a cidade de Ji-Paraná reivindica para manter viva a história do fio de cobre que conduz a história de Rondônia, mesmo que ela [linha telegráfica] não esteja mais aí?, avalia o jornalista e escritor Jairo Ardull.
Segundo ele, a proposta da lei que instituiu o Dia da Linha Telegráfica era o de manter vivos os fatos que envolveram a construção: da fase de exploração, passando pela colocação dos postes, até a ligação final dos fios. ?Temos que aplicar esse conhecimento aos alunos das redes públicas e particulares de ensino para que continue havendo a reconhecimento dos atos heróicos que nos fizeram estar hoje aqui?.

Fonte: Jairo Ardull






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